Este projecto consistiu num Laboratório de criação artística para a criação de um Objeto/Espetáculo e Exposição. Um projecto artístico multidisciplinar cuja missão é foi dar a conhecer a importância da obra poética de Luís Miguel Nava através da arte contemporânea. Os artistas em residência, mergulharam durante uma semana na vida e obra de Luís Miguel Nava. Sob a direcção do coreógrafo Luiz Antunes, a exuberância, a perfomatividade, e fisicalidade que está presente na vida e obra do autor, é explorada pelos artistas em residência, de acordo com as suas linguagens artísticas específicas. Inspirados pelos depoimentos de pessoas próximas, e pela poesia de Luís Miguel Nava, os artistas co-criaram, num processo interdisciplinar, uma peça para ecrã, a apresentar publicamente no sub-palco do Teatro Viriato. Mais informações: https://www.facebook.com/ocorpoeaslinguagens. Desta residência resultou um vídeo/performance e uma exposição para a qual realizei peças em grés branco que se seguem em baixo. Com o título: Colecção de gestos


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A poesia de Miguel Nava é feita de profundidades e de camadas. Começamos na pele, sentimos o coração, ouvimos os ossos, arrancamos as vísceras e, no fim, a água do mar lava todas as feridas. Durante a residência, o coração foi um órgão marcante: foi um coração roldana, responsável por nos trazer memórias, criando laços entre as linguagens distintas dos elementos do grupo de artistas visuais. De volta ao atelier, durante os exercícios plásticos, descobre-se um gesto que, depois de executado, e marcado no barro, deixa um traço que nos remete para o interior do corpo, desse eu poético, da pele, dos ossos e do coração. Assim o exercício e repetição de gestos e movimentos assentou na exploração da “ideia de profundidade”. Nesta fase, usei a cerâmica para desenhar e explorar texturas e camadas de matéria, num o trabalho plástico exploratório, entre espaços desconhecidos e espaços poéticos. A “Colecção de Gestos” é uma Instalação que reúne uma colecção de texturas e de gestos internos e íntimos. O coração faz a pontuação entre as imagens mais abstractas, que nos remetem ao mar, e as texturas vermelhas, que nos revelam interiores crus e ocultos, mas sempre vibrantes.

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